SEgundo artigo publicado no site da BB, a recente vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos traz reflexos para o cenário internacional, mas, segundo o analista Carlos Gustavo Poggio, especialista em relações Brasil-EUA, ouvido pela TB pública britânica, o impacto para o Brasil será limitado. Poggio, professor de Relações Internacionais no Berea College (EUA), afirma que o foco dos EUA em temas econômicos e de imigração mantém a América Latina em segundo plano para a política americana, tanto entre democratas quanto entre republicanos.
Poggio aponta que a reeleição de Trump pode fortalecer movimentos de direita globalmente, incluindo o bolsonarismo no Brasil. No entanto, ele acredita que a prioridade nas eleições brasileiras de 2026 será o desempenho econômico, como observado nas recentes eleições americanas. “A economia sempre se torna o centro das atenções quando há dificuldades financeiras”, explica Poggio.
O analista também destaca que o governo Trump tende a adotar uma postura isolacionista e protecionista, afastando-se de uma liderança internacional colaborativa, o que exigirá uma reorganização entre países. “A liderança global dos EUA, especialmente em pautas coletivas, será deixada de lado, e outros países precisarão se posicionar”, avalia Poggio.
A relação entre os EUA e o Mercosul também pode sofrer ajustes, principalmente devido à proximidade entre Trump e o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, que possui uma agenda divergente em relação ao bloco.