Ir para o conteúdo

“Parece pressão baixa!”. Foi o que disse jovem antes de entrar em coma por metanol

PUBLICIDADE

imagem gerada por IA

Continua depois da publicidade

“Tá tudo rodando, parece que tô com pressão baixa”. A frase, enviada em um áudio a amigos, foi um dos últimos contatos de Lucas, 20, antes de sofrer uma parada cardíaca e entrar em coma. Ele é uma das vítimas do surto de intoxicação por metanol que acendeu um alerta de saúde pública no estado de São Paulo.

O caso do jovem, revelado pelo Fantástico, da TV Globo, se soma a uma trágica estatística dos últimos dias em que cinco pessoas morreram e ao menos outras oito foram hospitalizadas em estado grave por consumirem bebidas alcoólicas adulteradas com a substância tóxica.

O drama das vítimas expõe as consequências devastadoras do envenenamento. Em outro caso de grande repercussão, uma mulher que consumiu caipirinhas em um bar da capital paulista ficou permanentemente cega. Embora tenha apresentado melhora e deixado a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), ela segue internada para reabilitação.

Sintomas que enganam e a urgência do socorro

Especialistas alertam que um dos maiores perigos da intoxicação por metanol é a semelhança dos sintomas iniciais com os de uma ressaca ou embriaguez comum. Esse fator pode retardar a busca por ajuda médica, um passo que precisa ser imediato.

Quando ingerido, o metanol é metabolizado pelo corpo e transformado em ácido fórmico, uma substância altamente tóxica que ataca o sistema nervoso central e o nervo óptico. O socorro precisa ser urgente para evitar danos irreversíveis.

Os principais sinais de alerta são:

Primeira fase (30 min a 2h após o consumo): Tontura, náuseas, vômitos, dor abdominal e uma sensação de embriaguez que não melhora.

Segunda fase (6 a 24h após o consumo): Visão turva ou embaçada, confusão mental, dor de cabeça intensa e dificuldade para respirar.

Fase crítica: Convulsões, perda de consciência, cegueira, parada cardiorrespiratória e morte.

Força-tarefa combate bebidas falsificadas

Em resposta à crise, autoridades sanitárias e policiais criaram uma força-tarefa para fiscalizar e coibir a venda de bebidas adulteradas. Em uma das operações, foram apreendidas 117 garrafas de gim, vodca e uísque sem procedência em estabelecimentos comerciais de São Paulo.

A presença de metanol, um álcool de uso industrial usado em solventes e na produção de biodiesel, em bebidas destinadas ao consumo humano é crime. Por ser incolor e ter odor semelhante ao do etanol, sua identificação em produtos falsificados é praticamente impossível para o consumidor. A recomendação é desconfiar de preços muito baixos e adquirir bebidas apenas em estabelecimentos confiáveis e com selo de procedência.

Últimas

PUBLICIDADE

Rolar para cima