O maestro do protecionismo desafina, e a orquestra global finge aplaudir

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Por Macedo Prado

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conhecido por suas investidas protecionistas que mais se assemelham a um espetáculo de improviso do que a uma estratégia bem ensaiada, anunciou uma pausa de 90 dias nas chamadas “tarifas recíprocas”. Essa decisão, que exclui a China — o eterno vilão em sua narrativa —, visa abrir espaço para negociações com parceiros comerciais.

A União Europeia, por sua vez, decidiu suspender temporariamente suas contramedidas planejadas, em um gesto que mais parece uma dança diplomática onde ninguém quer pisar no pé do outro. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, enfatizou o desejo de dar uma chance às negociações, enquanto mantém as contramedidas prontas para serem aplicadas caso o diálogo fracasse. ​

Observando de camarote, o Brasil, que já foi alvo das críticas de Trump por supostamente impor tarifas excessivas aos produtos americanos, assiste a mais um capítulo dessa novela comercial. O presidente americano, em sua busca por “reciprocidade”, prometeu tratar os parceiros comerciais da mesma forma que os Estados Unidos são tratados, uma filosofia que, na prática, tem gerado mais tensões do que acordos.

Enquanto isso, o cidadão comum observa perplexo esse balé de tarifas e retaliações, onde a coerência é frequentemente deixada de lado em favor de movimentos políticos calculados. É, como sempre digo: A política é um teatro onde ninguém decorou o roteiro, mas todos querem o aplauso final.

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