O Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, ordenou nesta quinta-feira (21) a prisão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, do ex-ministro da Defesa israelense Yoav Gallant e do líder militar do Hamas, Mohamed Deif. As acusações incluem crimes de guerra e crimes contra a humanidade ocorridos no conflito Israel-Palestina.
Os mandados mencionam atos cometidos entre outubro de 2023 e maio de 2024, durante a ofensiva israelense na Faixa de Gaza. As investigações do TPI apontam ataques sistemáticos contra civis palestinos e possíveis violações graves do direito internacional.
Reações e impacto diplomático
Netanyahu, em comunicado, classificou a decisão como “antissemita” e comparou o julgamento ao caso histórico de Alfred Dreyfus, na França do século 19. O ministro israelense das Relações Exteriores, Gideon Saar, reforçou as críticas, afirmando que o tribunal “perdeu toda legitimidade”.
Já o Hamas celebrou a medida. Basem Naim, membro do grupo, declarou que a decisão representa um avanço simbólico em busca de justiça para as vítimas, mas ressaltou a necessidade de apoio global para torná-la efetiva.
Contexto e implicações
Desde 2021, o TPI investiga crimes de guerra atribuídos tanto a Israel quanto ao Hamas nos territórios palestinos. O procurador Karim Khan detalhou que as acusações contra Netanyahu e Gallant envolvem assassinatos em massa e privação deliberada de alimentos à população civil. Ele também destacou que os crimes “sistemáticos e generalizados” foram conduzidos sob uma política de Estado.
Os mandados restringem as viagens internacionais de Netanyahu, já que 124 países membros do TPI têm obrigação legal de prendê-lo se ele entrar em seus territórios.
Posição internacional
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, enfatizou que a decisão não tem caráter político e deve ser respeitada por se tratar de um tribunal internacional. Ele declarou que a divulgação dos mandados também busca alertar as vítimas e familiares sobre a busca por justiça.
Os mandados, originalmente secretos, foram divulgados para reforçar a importância das investigações e alertar sobre a continuidade de crimes semelhantes.
Palco de tensões
A medida do TPI ocorre em meio à intensificação do conflito israelense-palestino. Desde outubro de 2023, mais de 43 mil palestinos foram mortos, segundo organizações humanitárias. A escalada de violência tem atraído condenações internacionais e renovado debates sobre crimes de guerra na região.
Com informações do BdF