Em Campinas, uma mulher de 24 anos foi presa em flagrante, na terça-feira (25), e indiciada pela Polícia Civil por homicídio culposo — quando não há intenção de matar — após a morte de sua bebê, de um mês e 23 dias. O laudo pericial revelou que a causa do óbito foi intoxicação por diclorometano, uma substância presente no lança-perfume, que a mãe admitiu ter consumido antes de amamentar.
A morte aconteceu em 31 de dezembro de 2022, mas o indiciamento só foi formalizado agora, após a mulher ser flagrada agredindo outro filho, de 1 ano e 3 meses.
Denúncia da avó levou à prisão em flagrante
A prisão da mulher ocorreu depois que a avó da criança procurou a polícia, denunciando agressões. Ela relatou que o menino era esganado e arremessado contra a parede.
“Recebemos o pedido de socorro da avó, que estava desesperada. Quando chegamos ao local, constatamos a agressão e prendemos a mãe em flagrante”, explicou o delegado Sandro Jonasson, responsável pelo caso.
O menino foi levado ao IML (Instituto Médico Legal) para exame de corpo de delito e será acompanhado pelo Conselho Tutelar.
Laudo revela intoxicação fatal da bebê
Durante a formalização da prisão, o delegado confirmou que o indiciamento da mãe pela morte da filha já estava programado e foi antecipado.
O laudo pericial apontou a presença de diclorometano no sangue da bebê. O documento indicou que a bebê morreu por edema agudo nos pulmões, causado pela intoxicação exógena da substância, transmitida através do leite materno.
Em depoimento, a mãe confessou ter usado o entorpecente antes de amamentar a criança.
“O laudo, somado à confissão da mãe, revela uma clara negligência. Mesmo que não houvesse intenção de matar, ela falhou gravemente ao não proteger a bebê”, afirmou o delegado Jonasson.
Histórico de violência e envolvimento com drogas
As investigações também indicam que a mãe frequentava pontos de venda de drogas, levando o filho mais velho junto. Na residência, a polícia apreendeu entorpecentes, reforçando as suspeitas de que ela estava envolvida com o tráfico.
O pai das crianças está preso, cumprindo pena por tráfico de drogas.
A mulher foi encaminhada para a carceragem da cadeia feminina de Paulínia, onde aguardará o andamento do processo.