O Hospital PUC‑Campinas realizou, em 24 de junho, o primeiro implante de coração artificial no interior de São Paulo, procedimento até então restrito à capital, reforçando o protagonismo regional no enfrentamento da insuficiência cardíaca.
Paciente e diagnóstico
A beneficiária foi Susy Iona da Silva, de 42 anos, diagnosticada com miocardiopatia dilatada. Esportista e ativa até 2019, ela começou a sentir dores no peito e falta de ar intensa. Após exames, foi detectada uma arritmia grave que se agravou até seu estado crítico na UTI, onde permaneceu por cerca de dois meses.
Coração artificial
Com a equipe médica liderada pelos cirurgiões Gustavo Calado e Maurício Marson, a decisão por um coração artificial se deu após descartar o transplante tradicional, Susy apresentava risco elevado de rejeição por altos níveis de anticorpos.
O equipamento, chamado simbólica e afetuosamente de Ava (do hebraico “viver”), substitui completamente a função dos ventrículos e representa uma nova chance de vida, com expectativa comparável a de um transplante, cinco anos ou mais.
A cirurgia complexa durou cerca de cinco horas e mobilizou cerca de 20 profissionais, incluindo cardiologistas, intensivistas e equipe de enfermagem. O custo estimado do dispositivo é próximo de R$ 800 mil, coberto por convênios mediante laudos médicos. A expectativa é integrar o SUS ao procedimento em breve.
Significado deste marco
- Reforça a capacidade tecnológica e técnica do interior paulista.
- Oferece esperança a pacientes com falha cardíaca grave, sem chance de transplante convencional.
- Amplia acesso à tecnologia avançada, inclusive via sistema público.