História e escravidão: As conexões ocultas em autoridades brasileiras

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Uma pesquisa da Agência Pública, revelou que ao menos 33 autoridades do Brasil, incluindo ex-presidentes, governadores e senadores, possuem antepassados ligados à escravidão. Esse passado é um reflexo da estrutura socioeconômica do país no período colonial e imperial, onde a escravização era a base da economia. Plantadores de café, donos de engenhos de açúcar e comerciantes enriqueciam explorando trabalho escravizado.

A investigação ilustra como a escravidão não apenas moldou a economia, mas também as elites políticas do Brasil. Muitos desses antepassados ocuparam cargos de poder, perpetuando uma dinâmica de concentração de renda e influência. As marcas desse legado ainda são visíveis na desigualdade social e na exclusão racial enfrentada por milhões de descendentes de pessoas escravizadas.

Os políticos que aparecem na pesquisa são: Os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique; Os senadores Augusta Brito (PT-CE), Carlos Portinho (PL-RJ), Carlos Viana (Podemos-MG), Cid Ferreira Gomes (PSB-CE), Ciro Nogueira (PP-PI), Efraim Filho (União-PB), Fernando Dueire (MDB-PE), Jader Barbalho (MDB-PA), Jayme Campos (União-MT), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Marcos do Val (Podemos-ES), Marcos Pontes (PL-SP), Rogério Marinho (PL-RN), Soraya Thronicke (Podemos-MS), Tereza Cristina (PP-MS) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PP) e os governadores Carlos Brandão Júnior (PSB-MA), Cláudio Castro (PL-RJ), Eduardo Riedel (PSDB-MS), Fátima Bezerra (PT-RN), Gladson Camelli (PP-AC), Helder Barbalho (MDB-PA), João Azevêdo (PSB-PB), Jorginho Mello (PL-SC), Rafael Fonteles (PT-PI), Raquel Lyra (PSDB-PE), Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União-GO), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).

Para historiadores, as conexões entre elites contemporâneas e o passado escravista reforçam a necessidade de um debate sobre reparações e memória histórica. No Brasil, medidas como cotas raciais são tentativas de reduzir desigualdades históricas, mas enfrentam resistência em setores que ainda negam a gravidade desse legado.

A presença de lideranças políticas com vínculos históricos à escravidão também traz questionamentos sobre o compromisso de tais figuras com pautas antirracistas. Embora nem sempre as ações dos descendentes reflitam o passado, o contexto histórico revela uma sociedade marcada por privilégios herdados e uma resistência à inclusão social plena.

Especialistas apontam que países como os Estados Unidos avançaram mais no reconhecimento público da escravidão e na discussão de reparações. No Brasil, há um silêncio significativo, alimentado pelo mito da democracia racial, que ignora as disparidades raciais profundas.

Com o Brasil celebrando o Dia da Consciência Negra, debates sobre memória, justiça e igualdade ganham mais relevância. Reconhecer essas conexões históricas pode ser um passo crucial para transformar a narrativa nacional e construir um futuro mais inclusivo e igualitário.

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