Recentes operações do ICE (Agência de Imigração e Alfândega dos EUA) em regiões agrícolas da Califórnia resultaram na ausência de até 70% dos trabalhadores no campo, segundo produtores. Com isso, frutas, verduras e outros produtos não estão sendo colhidos a tempo, apodrecendo nas plantações, expõem os fazendeiros à agência de notícias Reuters.
Queda abrupta na força de trabalho
Segundo reportagem publicada no G1, a fazendeira Lisa Tate, de Ventura County, afirma que “cerca de 70% da força de trabalho desapareceu” após as batidas, o que compromete até 70% da produção no pico da colheita.
A Califórnia responde por mais de um terço dos vegetais e cerca de um quarto das frutas e nozes produzidas nos EUA, com faturamento de quase US$ 60 bilhões em 2023. A escassez de mão de obra coloca em risco o abastecimento nacional e tende a elevar os preços aos consumidores.
Clima de medo entre trabalhadores
Mesmo os imigrantes legalizados evitam os campos devido ao receio de serem detidos por associação às operações do ICE. Um trabalhador afirmou que ele e os companheiro acordam “com medo… não sabemos se vamos voltar para casa”.
Impactos esperados
- Produção estagnada: até 70% da safra pode não ser colhida.
- Alta de preços: a menos oferta tende a pressionar os valores no varejo.
- Queda na renda agrícola: produtores dependentes de mão de obra estão sob risco de falência.
- Instabilidade no mercado de trabalho: sem trabalho substitutivo, famílias enfrentam insegurança.
Esse conjunto de fatores revela como decisões de segurança imigratória podem ter efeitos colaterais significativos sobre a economia e o abastecimento alimentar. A tensão entre controle de fronteiras e sustentabilidade do agronegócio permanece sem solução clara.