A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada na quarta-feira (20), mostra um Brasil politicamente estagnado e economicamente apreensivo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém sua aprovação em 47%, e o “tarifaço” de Trump é amplamente rejeitada pela população, que se divide na hora de apontar o culpado pela proposta.
Aprovação estável, mas país dividido
A avaliação do governo Lula permaneceu estável em relação ao último levantamento: 51% dos brasileiros desaprovam o desempenho do presidente, enquanto 47% aprovam. Os números, dentro da margem de erro, indicam um cenário de polarização consolidada, sem grandes alterações na percepção pública nos últimos meses.
Rejeição popular ao ‘tarifaço’
O ponto de maior consenso revelado pela pesquisa é a aversão a uma nova carga tributária. Questionados sobre a possibilidade de o governo aumentar os impostos sobre produtos importados, uma esmagadora maioria de 68% dos entrevistados se posicionou contra a medida. Apenas 26% seriam a favor.
A culpa é de quem? A polarização nos números
O mais revelador, no entanto, é a divisão sobre a responsabilidade pela proposta do “tarifaço”. Para 42% dos entrevistados, a culpa é de Lula, cujo governo estuda a medida. Para 41%, a responsabilidade é de Bolsonaro e Trump, associando a ideia às políticas protecionistas do ex-presidente americano, apoiadas pelo ex-mandatário brasileiro. Esse empate técnico espelha perfeitamente a divisão política do país.
Eduardo Bolsonaro em um governo Trump
A pesquisa também mediu a opinião sobre a possibilidade de o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) assumir um cargo em um eventual no governo de Donald Trump nos EUA. A ideia é rejeitada por 61% da população, enquanto 25% seriam a favor.
Por que isso importa
A pesquisa Quaest mostra um retrato nítido de um Brasil rachado ao meio. A estabilidade na aprovação de Lula, combinada com a divisão de culpa pelo “tarifaço”, mostra que a polarização ideológica continua a ser o principal filtro pelo qual os brasileiros enxergam a política e a economia. O levantamento acende um alerta para o governo: embora mantenha uma base de apoio sólida, qualquer medida econômica que afete o bolso do consumidor, como o aumento de impostos, enfrenta uma resistência massiva e pode se tornar uma arma política poderosa para a oposição.