Congresso em Campinas discute conexão entre espiritualidade e medicina

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Em Campinas (SP), 565 inscritos participaram de um congresso que promoveu discussões sobre a integração entre espiritualidade e medicina. O evento, realizado nesta semana, reuniu médicos de diversas especialidades, como psiquiatria, ginecologia e cirurgia plástica, para debater como a dimensão espiritual pode impactar o tratamento e o prognóstico dos pacientes.

Saúde integral: O que dizem os especialistas?

Segundo Marcus Ribeiro, presidente da Associação Médico-Espírita de São Paulo (AME-SP), considerar a espiritualidade no cuidado ao paciente já é respaldado pela ciência. “A fé e a forma como o paciente encara a vida influenciam diretamente sua saúde. Compreender essa dimensão é essencial para oferecer um cuidado integral”, afirmou.

O evento não se restringiu à religião espírita. A proposta foi ampliar o entendimento da comunidade médica sobre como a fé, independentemente da crença, pode ser uma ferramenta de enfrentamento para os pacientes.

“É possível apoiar a saúde do paciente sem impor crenças, utilizando aquilo que ele já valoriza como suporte no enfrentamento de doenças”, destacou Ribeiro.

Práticas que integram espiritualidade e medicina

O trabalho prático da Associação Médico-Espírita de Campinas envolve dois principais pilares:

  • Capelania: Atendimento espiritual e religioso a pacientes internados, assegurado pela Constituição Brasileira.
  • Apoio Fraterno: Suporte a dependentes químicos, com base nos princípios da doutrina espírita.

O médico nutrólogo Flávio Souto, presidente regional da AME em Campinas, ressaltou que o foco é uma abordagem integral. “Cada paciente é um ser em evolução. Precisamos olhar além do físico e incluir o emocional e o espiritual no tratamento”, afirmou.

Casos clínicos e literatura sobre o tema

Durante o congresso, médicos compartilharam casos clínicos sob uma perspectiva que une ciência e espiritualidade. Os relatos foram compilados em um livro, que aborda tópicos como:

  • O efeito da melatonina em médiuns;
  • Alucinações sob a ótica espírita;
  • Espiritualidade e psiquiatria em casos complexos;
  • Depressão e ansiedade na pandemia e sua relação com obsessões espirituais.

Os autores enfatizam que as abordagens médico-espíritas não substituem os tratamentos científicos, mas os complementam.

Espiritualidade e o código de ética médica

Embora o Código de Ética Médica não trate diretamente da espiritualidade, ele garante que os profissionais considerem o paciente de forma igualitária, sem discriminação por religião ou crenças. O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) reforçou que o exercício da medicina deve ser baseado em práticas cientificamente reconhecidas.

O debate em Campinas reflete uma tendência crescente na medicina moderna: a busca por um cuidado mais humano e integral, que reconhece o impacto da espiritualidade na saúde dos pacientes.

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