SÃO PAULO – O agronegócio paulista demonstrou resiliência e força no comércio exterior, registrando um superávit de US$ 19,07 bilhões nos primeiros 10 meses de 2025. O resultado representa o segundo melhor superávit da história das exportações paulistas.
Desempenho histórico e cenário global
Em 2024, o agronegócio paulista havia estabelecido um recorde de superávit, impulsionado por uma demanda internacional atípica do complexo sucroalcooleiro. Apesar de um cenário internacional menos favorável em 2025, o estado de São Paulo continua a se consolidar como um dos principais polos exportadores do Brasil. “2025 está registrando o segundo melhor superávit da história das exportações paulistas, mesmo com um cenário internacional menos favorável. Após uma sequência de anos históricos, São Paulo se consolida como um dos principais polos exportadores do país”, explica Carlos Nabil Ghobril, diretor da Diretoria de Pesquisa dos Agronegócios (Apta).
Produtos que impulsionam as exportações
Cinco grupos de produtos foram os principais responsáveis por 75,5% das exportações do agronegócio paulista:
- Complexo Sucroalcooleiro: Liderou com US$ 7,37 bilhões (30,8% do total), com o açúcar representando 92,7% e o álcool etílico (etanol), 7,3%.
- Carnes: Em segundo lugar, com US$ 3,60 bilhões (15,1% das vendas externas), sendo a carne bovina responsável por 85% desse valor.
- Produtos Florestais: Contribuíram com US$ 2,47 bilhões (10,3% do valor exportado), com celulose (54,9%) e papel (36,2%) como destaques.
- Sucos: Alcançaram US$ 2,43 bilhões (10,1% de participação), com o suco de laranja respondendo por 97,8%.
- Complexo Soja: Fechou os cinco primeiros grupos, registrando US$ 2,21 bilhões (9,2% do total), com a soja em grão representando 79,0% e o farelo de soja, 15,6%.
O café também teve um desempenho notável, na sexta posição, com 6,3% de participação e US$ 1,51 bilhão, com destaque para o café verde (76,5%) e o café solúvel (19,6%).
Comparado ao mesmo período do ano passado, o café registrou um aumento de 42,8% nas vendas, seguido por carnes (+24,7%) e complexo soja (+0,8%). Houve quedas para o sucroalcooleiro (-31,3%), produtos florestais (-6,9%) e sucos (-0,8%), influenciadas por variações nos preços e volumes exportados.
Destinos globais e impactos tarifários
A China continua sendo o principal destino das exportações do agronegócio paulista, com 24,3% de participação, importando principalmente produtos do complexo soja, carnes, açúcar e florestais. A União Europeia ocupa a segunda posição (14,3%), seguida pelos Estados Unidos (12,2%).
Apesar de ser o terceiro maior comprador, as exportações para os Estados Unidos sofreram um recuo após o “tarifaço” de 50% iniciado em 6 de agosto, com quedas de 14,6% em agosto, 32,7% em setembro e 32,8% em outubro. No entanto, essa diminuição foi parcialmente compensada pela abertura de novos mercados como México, Canadá, Argentina e União Europeia, segundo Nabil.





