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BRICS unem forças para enfrentar doenças causadas por pobreza e desigualdade

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Foto: Gül Işık/Pexels

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Os países que integram o bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã) anunciaram uma nova aliança para enfrentar as chamadas Doenças Socialmente Determinadas (DSDs), como a tuberculose, hanseníase, dengue e malária. Essas enfermidades são fortemente associadas à pobreza, desigualdade e precárias condições de vida, principalmente nas regiões periféricas e nos países do Sul Global.

Segundo Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP e ex-presidente da Anvisa, a cooperação entre os países busca mobilizar recursos, promover pesquisas e implementar ações integradas que envolvem não apenas a saúde, mas também áreas como educação, moradia e saneamento básico.

“Não basta melhorar o atendimento médico. É preciso mudar as estruturas sociais que perpetuam essas doenças”, afirma Vecina. Ele critica a falta de interesse da indústria farmacêutica dos países ricos em desenvolver tratamentos adequados para essas enfermidades e defende que os próprios países afetados invistam em soluções próprias. Os atuais medicamentos, principalmente para tuberculose, são considerados ultrapassados e apresentam efeitos colaterais severos.

No cenário internacional, o Brasil é apontado como modelo positivo dentro do BRICS, devido ao alcance do Sistema Único de Saúde (SUS) e à presença de cerca de 50 mil unidades básicas de saúde, muitas delas atuando nas periferias urbanas com a Estratégia de Saúde da Família.

Além de ações práticas, a iniciativa prevê a criação de uma agenda conjunta nos fóruns internacionais, investimentos via bancos de desenvolvimento e uso de tecnologias como inteligência artificial e vigilância digital para melhorar a resposta aos surtos.

Vecina ressalta que, apesar da importância dos avanços tecnológicos e científicos, a principal medida para combater essas doenças está na promoção de mais justiça social: “O remédio mais eficaz é a redução das desigualdades”.

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