Bolsonaro vira réu no STF por tentativa de golpe de Estado; decisão foi unânime

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Montagem em Foco com as fotos de Joédson Alves e Valter Campanato

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Nesta quarta-feira (26), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou, por unanimidade, a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete ex-assessores, tornando-os réus por tentativa de golpe de Estado. A decisão contou com os votos dos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Agora, os acusados responderão a um processo criminal, que poderá resultar em penas de prisão.

Também são réus

Além de Bolsonaro, também foram denunciados e agora são réus:

Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin)
Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)
Mauro Cid (ex-ajudante de ordens da Presidência)
Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil)

Os votos

Alexandre de Moraes (relator)

  • Afirmou que Bolsonaro coordenou uma estrutura para enfraquecer o sistema eleitoral e incentivar um golpe.
  • Destacou que o grupo agiu de maneira organizada até janeiro de 2023.
  • Mencionou que Bolsonaro teve contato direto com documentos que planejavam a intervenção.
  • Criticou a tentativa de envolver familiares no esquema: “Até a máfia poupa seus parentes. Essa organização criminosa não teve esse cuidado.”

Flávio Dino

  • Ressaltou que as defesas não negaram a existência da articulação para o golpe, apenas tentaram minimizar a participação dos acusados.
  • Apontou que a tentativa envolvia violência e poderia ter causado um impacto profundo na democracia.
  • Enfatizou que a denúncia reúne provas consistentes que justificam o julgamento.

Luiz Fux

  • Disse que os atos de 8 de janeiro não podem ser tratados como simples manifestações.
  • Concordou que há evidências claras do envolvimento dos acusados.
  • Explicou que atos preparatórios e tentativa de golpe já configuram crime e devem ser analisados.

Voto de Cármen Lúcia

  • Afirmou que a tentativa de golpe não foi um evento isolado, mas sim resultado de uma estratégia articulada.
  • Destacou a confiabilidade da Justiça Eleitoral e rejeitou discursos que tentam deslegitimar o sistema democrático.
  • Declarou: “Ditaduras destroem vidas, sociedades e a democracia. Não podemos minimizar esse risco.”

Cristiano Zanin

  • Rejeitou a alegação de que a denúncia se baseia apenas na delação de Mauro Cid, destacando que há provas documentais, vídeos e registros.
  • Afirmou que, mesmo sem presença física nos atos de 8 de janeiro, os acusados participaram do planejamento.

Próximos passos

Com a aceitação da denúncia, o caso segue para a fase de instrução, onde acusação e defesa poderão apresentar provas e depoimentos.

Se condenados, os réus poderão cumprir penas por crimes como:
⚖️ Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
⚖️ Golpe de Estado
⚖️ Organização criminosa
⚖️ Dano qualificado ao patrimônio da União
⚖️ Deterioração de patrimônio tombado


Posicionamento das defesas

Os advogados dos acusados alegam que:

  • Não houve tentativa de golpe, apenas manifestações políticas.
  • Seus clientes não participaram diretamente dos atos do dia 8 de janeiro.
  • O processo tem motivação política e não garante um julgamento imparcial.

Apesar desses argumentos, o STF considerou que há indícios suficientes para dar continuidade ao processo.

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