O alto custo de alimentos e os impactos das mudanças climáticas estão entre os maiores desafios para a adoção de dietas saudáveis e sustentáveis no país. A conclusão é de um estudo conduzido pelo Grupo de Pesquisa em Alimentação e Sustentabilidade da USP, divulgado nesta semana.
Custos crescentes afetam população de baixa renda
Segundo a pesquisa, frutas, verduras, legumes e proteínas de melhor qualidade têm apresentado elevação de preços acima da inflação geral. O aumento afeta, sobretudo, famílias de baixa renda, que acabam recorrendo a produtos ultraprocessados mais baratos e menos nutritivos.
Um levantamento do Instituto Pacto Contra a Fome indica que, em abril de 2025, a cesta básica ideal para manter uma alimentação saudável custava R$ 432 por pessoa, o equivalente a 21,4% da renda média mensal per capita de R$ 2.020. Mais de 70% da população não tem renda suficiente para arcar com esse custo, enquanto cerca de 21,7 milhões de brasileiros vivem com menos do que o valor necessário para essa cesta.
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Clima ameaça produção de alimentos
O estudo também destaca que eventos climáticos extremos, como secas prolongadas e enchentes, prejudicam a produção agrícola, elevam custos e reduzem a oferta de alimentos frescos. Essa instabilidade climática agrava a insegurança alimentar e nutricional.
Soluções passam por políticas públicas e educação
Os pesquisadores defendem políticas que ampliem o acesso a alimentos frescos, incentivem a agricultura sustentável e promovam a educação alimentar. Também recomendam maior integração entre as áreas de saúde, meio ambiente e economia para enfrentar o problema.
Por que isso importa
Impacto | Consequência direta |
---|---|
Renda baixa | Família não consegue comprar alimentos saudáveis |
Custo elevado | Qualidade nutricional fica inacessível |
Clima instável | Agrava volatilidade nos preços e oferta de alimentos |
Saúde pública | Aumenta risco de desnutrição e doenças crônicas |
Para reverter esse cenário, especialistas defendem políticas públicas que garantam acesso a alimentos frescos e nutritivos. Isso inclui incentivos à agricultura sustentável, subsídios para alimentos saudáveis e ações de educação alimentar. O acesso à alimentação adequada é garantido por lei, mas a realidade econômica ainda está muito distante disso.
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