Esclerose Múltipla a doença que atinge mais as mulheres e pessoas na faixa dos 20 aos 40

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Foto: Anna Shvets/Pexels

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A Esclerose Múltipla (EM) é uma condição crônica, autoimune e inflamatória que afeta o sistema nervoso central, incluindo o cérebro, o tronco encefálico, os nervos ópticos e a medula espinhal. Sua principal característica é a destruição da mielina, uma camada protetora que recobre os neurônios e facilita a condução de impulsos nervosos. Esse processo, conhecido como desmielinização, resulta em uma série de sintomas neurológicos que variam conforme a localização e a extensão das lesões.

Entendendo a doença

A EM é mais comum entre jovens adultos, especialmente mulheres, com idade média de início entre 20 e 40 anos. Estudos sugerem que fatores genéticos e ambientais desempenham um papel significativo em sua origem. O tabagismo, baixos níveis de vitamina D, obesidade na adolescência e infecções virais, como a provocada pelo vírus Epstein-Barr, são considerados fatores de risco. A predisposição genética inclui alterações em genes relacionados ao sistema imunológico, como o HLA-DRB1.

No Brasil, estima-se que cerca de 40 mil pessoas convivam com a condição, com uma prevalência média de 15 casos por 100 mil habitantes. Globalmente, os números alcançam 2,8 milhões de pessoas, com maior incidência em países de clima temperado, como na Europa e na América do Norte.

Sintomas e sinais mais frequentes

Os sintomas da Esclerose Múltipla podem ser extremamente variados, dependendo das áreas do sistema nervoso afetadas. Entre os principais sinais estão:

  • Visuais: Neurite óptica, que pode causar visão borrada, dor ao movimentar os olhos e até perda temporária da visão.
  • Sensoriais: Dormência, formigamento e dores faciais, como a nevralgia do trigêmeo.
  • Motoras: Fraqueza muscular, rigidez, espasmos e dificuldade para caminhar.
  • Esfincterianas: Problemas no controle da bexiga e intestinos.
  • Cognitivas e mentais: Dificuldades de memória, atenção e alterações no humor, como depressão e ansiedade.

A doença também se manifesta em surtos, períodos de agravamento de sintomas que podem durar dias ou semanas, seguidos por remissões, onde há melhora parcial ou total.

Formas clínicas da Esclerose Múltipla

A EM pode ser classificada em diferentes tipos, conforme sua evolução:

  1. Remitente-Recorrente (EMRR): Representa 85% dos casos. Caracterizada por surtos intercalados com remissões.
  2. Secundária Progressiva (EMSP): Surge como evolução da EMRR, com piora contínua e acúmulo de sequelas.
  3. Primária Progressiva (EMPP): Observada em 10% dos casos, tem progressão constante desde o início, sem períodos de remissão.
  4. Progressiva com surtos (EMPS): Forma mais rara e agressiva, combinando progressão contínua e episódios de surtos.

Diagnóstico

O diagnóstico da Esclerose Múltipla é clínico e baseado em critérios específicos, como os de McDonald, que incluem análises de imagem por ressonância magnética e exames do líquor (líquido cefalorraquidiano). A ressonância magnética é essencial para identificar lesões características no sistema nervoso central, enquanto a pesquisa de bandas oligoclonais no líquor ajuda a confirmar o diagnóstico.

Tratamento

Embora não exista cura para a EM, tratamentos podem reduzir a frequência dos surtos, desacelerar a progressão da doença e aliviar sintomas. As opções incluem:

  • Imunomoduladores e imunossupressores: Medicamentos como Natalizumabe, Ocrelizumabe e Fingolimode, que controlam a atividade do sistema imunológico.
  • Reabilitação: Fisioterapia, terapia ocupacional e acompanhamento psicológico ajudam a melhorar a qualidade de vida.
  • Estilo de vida: Alimentação balanceada, exercícios físicos e controle do estresse são fundamentais.

Impacto e perspectivas futuras

A Esclerose Múltipla pode comprometer significativamente a qualidade de vida, mas avanços no diagnóstico precoce e em tratamentos de alta eficácia têm transformado o panorama para muitos pacientes. A conscientização sobre a doença e o acesso a cuidados especializados são cruciais para oferecer suporte adequado às pessoas que convivem com a condição.

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