JARINU – A Polícia Militar atendeu um caso grave de violência doméstica, envolvendo agressões a crianças e ameaça de morte na Vila Primavera, em Jarinu. Um homem foi preso após invadir a casa da ex-companheira, pegar as duas filhas do casal, agredi-las fisicamente e, diante de policiais, ameaçar matar a mãe das crianças. O episódio, registrado como violência doméstica e ameaça, que já teriam acontecido antes, segundo a vítima.
Acompanhe nossas reportagens e fique por dentro das notícias da sua região. Siga o em Foco on no Facebook.
A ação policial começou após um chamado ao COPOM. A Equipe Delta, composta pelo Cabo PM Elias e pelo Soldado PM Rodrigo Almeida, foi acionada para atender uma ocorrência de agressão. Ao chegar ao local, os militares encontraram o portão aberto e ouviram uma discussão acalorada dentro da residência.
No interior da casa, os policiais contataram o homem de 37 anos, que estava “bastante alterado”, conforme o registro. Ele mesmo confirmou aos policiais que havia ido até a casa da ex-companheira. Lá, após entrar na residência, pegou à força as duas filhas do casal e as levou para sua casa na Vila Primavera.
As vítimas uma menina de 11 anos, e outra de apenas 9 anos. Os policiais as encontraram trêmulas e assustadas. Elas relataram, com detalhes chocantes, a violência sofrida nas mãos do próprio pai.
Leia, também
- Homem é preso após invadir banheiro e tentar estuprar mulher
- Calor pode aumentar risco de AVC, alerta médico
As crianças contam as agressões
O depoimento das duas irmãs à PM descrevem que, durante o trajeto a pé da casa da mãe para a do pai, este já teria começado as agressões, gritando e batendo nelas com tapas. O cenário, no entanto, piorou drasticamente ao chegarem ao destino.
Na casa dele, conforme contaram as meninas, o pai as obrigou a tomar banho. Foi dentro do banheiro que a violência se intensificou. O homem utilizou a mangueira do chuveiro e o cabo de madeira de um rodo para agredir as filhas. O relato das vítimas, colhido no local, foi fundamental para caracterizar a gravidade dos maus-tratos.
Enquanto os policiais ainda apuravam os fatos no local, chegou à residência a mãe das crianças. Desesperada, ela confirmou a invasão do ex-companheiro à sua casa e a retirada das filhas, sem qualquer consentimento. Ela também revelou à equipe que sofre ameaças “corriqueiramente” por parte do suspeito, indicando um histórico de violência psicológica e intimidação.
Ameaça de morte na frente dos policiais
Diante das evidências e dos relatos, os policiais informaram que todos seriam conduzidos à Delegacia de Polícia de Campo Limpo Paulista para o registro formal da ocorrência e as providências legais. Foi nesse momento que o homem fez uma nova ameaça.
Olhando diretamente para a ex-companheira, em voz alta, na presença de toda a equipe policial disse: “E você, (falou o nome da mulher), vai embora para Minas Gerais, pois quando eu sair da cadeia, vou te matar”.
Com o apoio do CGP III, todas as partes foram então conduzidas à delegacia. Lá a ocorrência foi apresentada ao escrivão Rogério e submetida à delegada titular, Fernanda Monteiro de Souza. Após análise, a autoridade policial ratificou a voz de prisão em flagrante.
Importante saber
- O que configura violência doméstica?
A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) define que violência doméstica é qualquer ação ou omissão baseada no gênero que cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico dentro da família ou em qualquer relação íntima de afeto. Inclui agressão física (como a sofrida pelas crianças), violência psicológica (como as ameaças constantes relatadas) e outros tipos. - Uma ameaça feita na frente da polícia tem mais validade?
Sim. A ameaça, enquanto crime, depende da prova da intenção de intimidar. Quando é proferida na presença de autoridades policiais, que se tornam testemunhas diretas do fato, a comprovação se torna muito mais robusta, fortalecendo a acusação e podendo influenciar em medidas cautelares mais severas, como a prisão preventiva. - Quais os canais de denúncia em casos de violência doméstica?
As principais portas de entrada são: Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher), que funciona 24h e pode acionar a rede local; o 190 (Polícia Militar), para emergências e intervenção imediata, como no caso relatado; e as Delegacias de Polícia, especialmente as Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs). Em situações envolvendo crianças e adolescentes, o Disque 100 também é um canal fundamental.






