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JARINU – O julgamento do “Rei do Morango” entrou em sua fase decisiva nesta quinta-feira (11), terceiro dia de júri no Fórum da cidade. Pela primeira vez no plenário, a ré Samara Soares Costa foi ouvida diretamente e manteve sua versão. Ela negou qualquer envolvimento no assassinato do ex-marido, Élcio Spinassi, e alegou que um homem não identificado foi o autor do crime. O julgamento do “Rei do Morango” segue agora com os debates finais entre acusação e defesa e a previsão é de que o veredito seja conhecido ainda hoje.
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Pela manhã, Samara Soares Costa, viúva do produtor rural conhecido como “Rei do Morango”, passou pelo interrogatório. Ela respondeu a perguntas do advogado da família da vítima, da promotoria de acusação e de seu próprio defensor. Em sua declaração, a ré descreveu uma sequência de eventos diferente da apresentada pela acusação. Segundo Samara, na noite do crime (3 de março de 2010), ela ouviu uma discussão seguida de um barulho de tiro.
Ela então afirmou que um homem não identificado teria apontado uma arma para ela e fugido em seguida. Ao sair, Samara disse ter encontrado Élcio já baleado, mas dentro de um carro. Sua versão continua alegando que, com a ajuda de outro homem também não identificado, ela teria levado o ex-marido ao hospital. Ao retornar ao local do crime, afirma ter encontrado uma bala no chão. Essas alegações contrastam frontalmente com a tese do Ministério Público, que sustenta que Samara foi a autora do disparo dentro da casa do casal, sendo a única pessoa presente.
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Expectativa pelo veredito
Após o interrogatório da ré, os trabalhos do júri seguiram para a etapa dos debates finais. Por volta das 15h, a promotoria iniciou suas alegações, apresentando à corte de sete jurados, composta por cinco mulheres e dois homens, os argumentos e provas que sustentam a acusação de homicídio qualificado contra Samara. Em seguida, será a vez da defesa fazer sua sustentação oral, tentando convencer os jurados da inocência da cliente e levantando dúvidas sobre a tese acusatória.
A expectativa, conforme apurado no local, é de que o julgamento seja concluído ainda nesta quinta-feira. Após os debates, o juiz presidente do júri lerá os quesitos (perguntas) aos jurados, que se retirarão para a sala secreta para deliberação. A decisão deles, tomada em votação sigilosa, definirá se Samara Soares Costa é considerada culpada ou inocente pelo assassinato de Élcio Spinassi.
O caso, que completa 15 anos em 2025, mobilizou a atenção da cidade de Jarinu e da região.
Importante saber
O que são os “quesitos” que os jurados respondem?
São as perguntas objetivas, formuladas pelo juiz com base na acusação, que os jurados devem responder com “sim” ou “não” durante a deliberação secreta. Exemplos: “A ré contribuiu para a morte da vítima?”, “Agiu com dolo (intenção)?”. As respostas a esses quesitos formam a base para a sentença.
Qual a importância dos debates finais?
É a última chance de a acusação e a defesa influenciarem diretamente os jurados. Nessa fase, cada parte resume suas provas, rebate os argumentos do outro lado e apela à razão e à emoção dos jurados, tentando conduzi-los a uma conclusão favorável à sua tese. É um momento crucial de retórica e persuasão.
O que pode acontecer após o veredito?
Se absolvida e o Ministério Público não recorrer, Samara será considerada inocente e o processo se encerra. Se condenada, o juiz fixará a pena (para homicídio qualificado, a pena varia de 12 a 30 anos) e poderá decretar sua prisão imediata. A defesa sempre tem o direito de apresentar recursos a instâncias superiores.
O julgamento do “Rei do Morango” está no seu momento mais crítico. As versões conflitantes, a da acusação e a da defesa, apresentada agora pela ré em plenário, serão pesadas pela consciência e pelo julgamento de sete cidadãos comuns. O veredito trará o capítulo final a um d os casos mais longos e emblemáticos da história judicial de Jarinu.
