SÃO PAULO – Representantes de Jarinu e Jundiaí tiveram um papel de destaque em um evento histórico na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Crianças dos dois municípios se uniram a jovens de outras quatro cidades (Vinhedo, Rio Claro, Campinas e Mogi das Cruzes), para debater e formular propostas sobre meio ambiente e primeira infância, reforçando o pioneirismo da região na participação infantil na gestão pública.
O encontro, promovido pela Frente Parlamentar da Primeira Infância, teve como principal objetivo a elaboração da “Carta das Crianças para o Amanhã”. O documento, construído a partir das ideias e sugestões dos próprios menores, será apresentado na COP 30, a conferência do clima da ONU, que ocorrerá em Belém.
Jarinu e Jundiaí em um grupo seleto
O evento na Alesp jogou luz sobre um dado relevante: dos 645 municípios do estado de São Paulo, apenas seis possuem comitês políticos ativos onde crianças e adolescentes participam da formulação de políticas públicas. Jarinu e Jundiaí estão neste seleto grupo de cidades pioneiras.
“É importante estimular que mais municípios adotem seus próprios conselhos para que os menores tenham poder de voz”, afirmou a deputada Marina Helou (Rede), presidente da frente parlamentar.
Jundiaí, que já possui uma tradição na área, foi apresentada como um caso de sucesso durante o evento, com a exibição do documentário “Cidade Sonhada”. O município conta com um comitê de 25 crianças que debatem melhorias para a cidade. “Lixo zero, segurança alimentar e maior acessibilidade de energia solar foram as principais pautas levantadas por elas”, comentou Gerusa Cardoso, articuladora da Primeira Infância de Jundiaí.
A participação de Jarinu, ao lado de Jundiaí, reforça a importância da região como um polo de inovação na gestão pública voltada para a infância, cumprindo diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que garantem o direito à escuta dos menores.
Especialistas presentes no encontro, como Ayumi Pompeia, do CoCriança, explicaram que as crianças percebem aspectos da cidade “invisíveis para os adultos” e contribuem com soluções mais criativas e sustentáveis para os desafios urbanos e climáticos.