Longe de ser apenas uma forma de entretenimento ou fuga da realidade, a literatura é uma ferramenta essencial para a compreensão do mundo e para a projeção de novos futuros. A análise é da professora Sandra Guardini Vasconcelos, especialista em Literatura Inglesa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
Segundo a especialista, a leitura de obras literárias permite um mergulho profundo na condição humana, oferecendo ao leitor a chance de vivenciar outras épocas, lugares e perspectivas. Essa imersão, segundo ela, não nos afasta do presente, mas, ao contrário, nos fornece chaves para decifrá-lo com mais profundidade, desenvolvendo a empatia e a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro.
“A literatura funciona como uma ponte entre o passado e o presente, permitindo que se compreenda a realidade atual a partir das narrativas que a moldaram”, afirma Vasconcelos. Para a professora, essa compreensão é o que nos capacita a ir além. “Mais do que isso, ela nos permite imaginar alternativas e projetar novos futuros, um exercício fundamental em períodos de incerteza social e política”.
Vasconcelos reforça que o ato de ler é, em si, um “ato político”. Ao nos expor a diferentes visões de mundo e nos fazer refletir sobre nossa própria realidade, a literatura fomenta o pensamento crítico e nos torna cidadãos mais conscientes e atuantes. Em um mundo saturado de informações rápidas e superficiais, a experiência íntima e reflexiva da leitura se torna ainda mais valiosa.






