Robert Redford, uma das figuras mais emblemáticas do cinema americano, deixou uma marca indelével não apenas como um ator aclamado, conhecido por seu carisma e talento, mas também como um diretor vencedor do Oscar e um fervoroso defensor do cinema independente. Sua carreira de mais de seis décadas o consolidou como uma verdadeira lenda de Hollywood.
Início da vida e ascensão à fama
Charles Robert Redford Jr. nasceu em 18 de agosto de 1936, em Santa Monica, Califórnia. Na juventude, demonstrou mais interesse por arte e esportes do que pela atuação. Após um período estudando arte na Europa, ele retornou aos Estados Unidos e se matriculou na American Academy of Dramatic Arts, em Nova York.
Sua carreira começou no teatro, na Broadway, no final dos anos 1950, e logo migrou para a televisão. Sua estreia no cinema aconteceu em 1962, mas foi em “Descalços no Parque” (1967), ao lado de Jane Fonda, que ele se tornou um astro. O sucesso foi consolidado com “Butch Cassidy” (1969), onde sua química inesquecível com Paul Newman o catapultou para o estrelato global.
Filmografia de um astro versátil
Ao longo das décadas de 1970 e 1980, Redford estrelou uma sucessão de filmes aclamados pela crítica e pelo público, que se tornaram clássicos do cinema:
- “Nosso Amor de Ontem” (1973): Um romance icônico ao lado de Barbra Streisand, que explorava as complexidades do amor em meio a divergências políticas.
- “Golpe de Mestre” (1973): Reencontrando Paul Newman, este filme lhe rendeu sua única indicação ao Oscar de Melhor Ator e se tornou um enorme sucesso de bilheteria.
- “Todos os Homens do Presidente” (1976): Co estrelado por Dustin Hoffman, este thriller político sobre o escândalo de Watergate é considerado um dos filmes mais importantes da década.
- “Entre Dois Amores” (1985): Um épico romântico arrebatador filmado na África, no qual atuou ao lado de Meryl Streep. O filme ganhou o Oscar de Melhor Filme.
- “Proposta Indecente” (1993): Com Demi Moore, um drama provocador que se tornou um grande sucesso popular.
- “Até o Fim” (2013): Um tour de force de atuação em que ele, praticamente sozinho em cena, interpreta um homem perdido no mar.
- “O Velho e a Arma” (2018): Anunciado como seu último trabalho como ator, Redford entregou uma performance charmosa e melancólica como um ladrão de bancos idoso.
A Carreira por trás das câmeras e o legado do Sundance
Além de atuar, Redford construiu uma respeitada carreira como diretor. Sua estreia na direção, “Gente Como a Gente” (1980), foi um triunfo, rendendo-lhe o Oscar de Melhor Diretor. Ele continuou a dirigir filmes aclamados como “Nada é para Sempre” (1992) e “Quiz Show – A Verdade dos Bastidores” (1994).
Fora das telas, seu maior legado é talvez a criação do Sundance Institute em 1981. O instituto e seu festival de cinema se tornaram a plataforma mais importante do mundo para o cinema independente, lançando as carreiras de inúmeros cineastas, como Quentin Tarantino e Steven Soderbergh.
Morte e legado
Robert Redford faleceu nesta terça-feira (16), aos 89 anos, em sua casa em Santa Fe, Novo México. A causa da morte foram complicações de um câncer no ducto biliar.
Sua morte está sendo lamentada em todo o mundo, com homenagens de colegas, cineastas e fãs. Robert Redford é lembrado não apenas como o galã de olhos azuis que encantou gerações, mas como um artista completo, um diretor sensível e um visionário que mudou a face do cinema americano para sempre. Seu trabalho na frente e atrás das câmeras, e seu incansável apoio a novas vozes, garantem que seu impacto perdurará por muito tempo.