A taxação de 50% anunciada pelo governo norte-americano sobre 30 categorias de produtos brasileiros atinge com mais força cidades paulistas que têm forte presença industrial e agroindustrial. Segundo dados do Comex Stat (MDIC), na Região Metropolitana de Jundiaí, Jundiaí aparece com impacto de US$ 187,1 milhões, principalmente na exportação de equipamentos elétricos e eletrônicos. Campo Limpo Paulista, embora fora do top 10 estadual, exportou US$ 131 milhões em máquinas e equipamentos, também na lista de produtos tarifados.
As duas cidades mais impactadas no Estado, Piracicaba e Matão, também lideram o ranking nacional.
Piracicaba, que exporta principalmente máquinas agrícolas e equipamentos mecânicos, teve impacto estimado de US$ 1,3 bilhão nas vendas aos Estados Unidos em 2024. Matão, especializada em preparações de frutas e hortaliças, registrou US$ 519,7 milhões no mesmo período.
A lista das dez cidades paulistas mais afetadas inclui também a capital e Guarulhos, segundo maior município do Estado. Ambas têm exportações expressivas de máquinas e peças. Cidades médias como Colina, Pederneiras, Araraquara, Suzano e Lins completam a relação.
Veja os 10 municípios paulistas mais afetados pelo tarifaço de Trump
- Piracicaba – Máquinas agrícolas, caldeiras e equipamentos mecânicos; US$ 1,3 bilhão
- Matão – Preparações de frutas e hortaliças; US$ 519,7 milhões
- São Paulo – Máquinas e equipamentos mecânicos; US$ 350,9 milhões
- Colina – Preparações de frutas e hortaliças; US$ 328,51 milhões
- Guarulhos – Máquinas agrícolas e equipamentos mecânicos; US$ 308,8 milhões
- Pederneiras – Veículos, tratores e peças; US$ 249 milhões
- Araraquara – Preparações de frutas e hortaliças; US$ 248,6 milhões
- Suzano – Máquinas agrícolas e equipamentos mecânicos; US$ 194,6 milhões
- Jundiaí – Equipamentos elétricos e eletrônicos; US$ 187,1 milhões
- Lins – Carnes e pescados processados; US$ 182,3 milhões
O “tarifaço” afeta desde o agronegócio até a indústria pesada e pode reduzir a competitividade dos produtos brasileiros no mercado norte-americano. As empresas terão de buscar alternativas para compensar possíveis perdas nas exportações.