A Casa Branca anunciou na quarta‑feira (9) que os EUA vão aplicar tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A medida, um aumento expressivo frente aos anteriores 10%, foi oficializada por Donald Trump em carta ao presidente Lula, citando fatores políticos como motivação para a sanção.
Trump ataca tratamento de Bolsonaro e STF
Na carta, Trump afirma que o Brasil comete “ataques às eleições livres e à liberdade de expressão americana”, mencionando decisões do STF e o julgamento de Jair Bolsonaro, que classificou de “caça às bruxas”. Ele também criticou tarifas de etanol e barreiras ao comércio digital americano, anunciando investigação via Seção 301.
Lula convoca reunião de emergência
Pressionado pela escolha abrupta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou reunião de emergência com chanceler Mauro Vieira e equipe para definir resposta diplomática, inclusive convocação de embaixador, segundo apurou o portal UOL.
Brasil e México articulam reação multilateral
Em um movimento inédito, Brasil e México negociam um pacto diplomático regional em fórum da OEA, buscando resposta coordenada às ameaças tarifárias. A aliança visa pressão conjunta contra sanções unilaterais descritas como “protecionistas e politicamente motivadas” .
Panorama resumido
Tema | Situação atual |
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Tarifa aplicada | 50% sobre exportações brasileiras (a impor em 1º/ago) |
Motivos alegados | Alegados “ataques à democracia e liberdade de expressão” |
Resposta brasileira | Reunião emergencial + possível convocação de embaixador |
Síntese regional | Início de pacto com México para reação diplomática |
Impacto econômico | Real cai 2%, queda de exportações em maio/junho |
O que observar nos próximos dias
- Lista dos produtos afetados será divulgada pelos EUA; setores como suco de laranja, carne e industrializados estão em risco.
- Brasil pode recorrer à OMC, que enfrenta perda de influência.
- A resposta conjunta entre Brasil e México pode abrir precedente para reação de outros países ao protecionismo americano.
A escalada tarifária marca uma ruptura política nas relações comerciais Brasil‑EUA e coloca Brasília diante de escolhas complicadas entre retaliação e manutenção do diálogo. Com repercussões para a economia real e o cenário eleitoral, o episódio ganha complexidade a cada dia.