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Os bastidores da eleição do novo Papa

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Funeral do Papa João Paulo II - Foto: Ricardo Stuckert/PR - ABr

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Após a morte do Papa Francisco, o mundo volta seus olhos para o Vaticano, onde cardeais de todo o planeta se reunirão para eleger seu sucessor. Este processo eleitoral, conhecido como conclave papal, é um ritual envolto em mistério e tradição, com raízes que remontam à Idade Média. Entre o 15º e o 20º dia após o falecimento do pontífice, os cardeais eleitores são convocados ao Vaticano, onde permanecerão isolados até que um novo líder da Igreja Católica seja escolhido.

Quem vota?

Atualmente, existem 252 cardeais em todo o mundo. No entanto, nem todos participam da votação. Apenas os cardeais com menos de 80 anos têm o direito de eleger o novo papa. Este grupo, conhecido como cardeais eleitores, geralmente é limitado a 120, mas atualmente conta com 138 membros aptos a votar, após as recentes nomeações feitas pelo Papa Francisco em dezembro de 2024.

O significado de “Conclave”

O termo “conclave” deriva do latim “cum clave”, que significa “com chave”. Essa denominação reflete o isolamento rigoroso a que os cardeais são submetidos durante o processo eleitoral. No primeiro dia do Conclave, após uma missa solene na Basílica de São Pedro, os cardeais se reúnem na icônica Capela Sistina. Ali, a ordem “extra omnes” (“todos fora”) é proferida, marcando o início do confinamento. A partir desse momento, os cardeais permanecem dentro do Vaticano, sem contato com o mundo exterior, até que um novo papa seja eleito.

Rumo à escolha do Pontífice

A partir do segundo dia, são realizadas duas votações pela manhã e duas à tarde na Capela Sistina. Em cada votação, cada cardeal eleitor escreve secretamente o nome de seu candidato preferido em uma cédula, sob a inscrição latina “Eligio in Summum Pontificem” (“Eu elejo como Sumo Pontífice”). Para garantir o sigilo, os cardeais são instruídos a não utilizar sua caligrafia habitual. Caso não haja uma maioria de dois terços dos votos até o final do segundo dia, o terceiro dia é dedicado à oração e à contemplação, sem votações. O processo de votação é então retomado. Para ser eleito papa, um candidato precisa obter pelo menos dois terços dos votos dos cardeais eleitores. Este processo pode se estender por vários dias ou até semanas.

Fumaça na chaminé

Duas vezes ao dia, durante o Conclave, as cédulas de votação utilizadas são queimadas em uma fornalha instalada na Capela Sistina. A fumaça que emerge da chaminé serve como um sinal para o mundo exterior. A fumaça preta indica que nenhuma votação resultou em uma eleição, enquanto a tão esperada fumaça branca anuncia que um novo papa foi escolhido.

“Habemus Papam!”

Uma vez eleito, o cardeal escolhido é questionado se aceita sua eleição canônica como Sumo Pontífice. Ao aceitar, ele escolhe o nome papal pelo qual será conhecido e veste as vestes papais. Os cardeais então lhe prestam homenagem e juram obediência. O aguardado anúncio é feito da sacada da Basílica de São Pedro com as palavras latinas “habemus papam” (“Temos um papa”). Em seguida, o novo papa aparece, faz um breve discurso e concede a tradicional bênção “urbi et orbi” (“à cidade e ao mundo”). Posteriormente, os resultados de cada rodada de votação são apresentados ao novo Papa, selados e arquivados nos arquivos secretos do Vaticano, só podendo ser abertos sob sua ordem.

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